Oliveira
Deliro-me herói grego
De saia, espada e lança em punho
Dono de alazão veloz
E dourado velocino
Em guerra contra o mundo
Porque fora o estimado prêmio
Tomado por atroz algoz
Enquanto descansava eu em Olimpo
Durante um sono meu profundo
Abraçado a epístolas em velino
Tecidas por tão olentes mãos
Em noites distantes de meu âmago
Agora sangro meu inimigo
Que por fim tomou-te por corpo
E por alma de mim
E ibidem sangro seus pares
Que mancomunaram tal propósito
A fim desse meu vil fim
Agora sou campeão de lança
Campeão da armada
Da corrida a esmo
Entre campos áridos e olivais
Por tal mal que só guerrear acalma
Essa chaga que brota em meu peito
Sou eu em terras a guerra
Sou eu o que não descansa
Carregando em escudo uma ira
Por ter a minha Helena em leito
Se entregado aos braços de outro
Tornando essa minha coragem
Que ainda em mim estante
Ávido por ti, uma pira.
Proclamo guerra e enfrearei centúria
Destituirei tronos, despearei fúria
Raptarei, subjugarei, dançarei
Findarei campos antigos, amanharei semente
Esta me proverá o ramo de oliveira.
Um comentário:
Oi, Gilberto!
Quanta inspiração, meu caro!
Ficou belíssimo! Meus aplausos!
Deus ilumine sua inspiração!
Um grande abraço,
Oliveira
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