Total de visualizações de página

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O canto dos repugnantes

Sapo-boi em noite escura
Lambe o ar asco inseto
Seborréico, oleoso olhar
Sob caspas nevadas plumas suja

Castelo de ouvidor-mor,
latrina politicalha
Vomífico back-door.

Pasmaceiros idólatras
Desmande os mandantes
Midiacráticos fanáticos dominantes
Rastejantes pagantes
Leis asnarias hipócritas

Acarídeo sois vós, diante ouro
Ouro de outrem, vagos, mortos
Incapazes, indolentes, inativos.
Acarídeo sugar-lhe-á decrépito.

Povoléu dessentidos, aceita regurgito
Mamífero desmamado recebendo vermes
De boca a boca lambe carne

Manipulação direta
Manipulação transversa
O objeto me carregues em fios soltos
Dance Ravel
Ravina dedilhada.

Hirudíneos, sambexunga.
Burro manso em pasto seco
É ele cagarolas de clamar
toma a poeira nos olhos
E os pés no chão
Dúbio cão leproso.

Vindo poucos a morrer de fome
Sustentam sina. Que sina?
Não é sina, é poltronice!
É pêlo, suor, escarro, catarse.
É refresco, pipoca, domingo no parque.
É segunda, semáforo.
É casa, semanário, epizootia.
Cadê o pecado? O rei comeu.
Abaixo o parlamento
Abaixo a cidadania autodestrutiva
Cadê a mediocracia alternativa?
Os bigodes rançosos imperiais?

Divórcio negociável, romance contratado
Abraço de quem odeia é um despropósito.
Saliva da madrugada.
É lodo, nódoa eterna.
Nascer bonito e limpo.
Morrer feio e sujo.
Não obstante, no leito, indaga-se:
porque não se morre como se nasce?
Morre pelo pecado, vive pela ânsia.
Deixando seus pruridos para outrem carregar.
Societários, reunião de portas fechadas
Essa sala escura não guarda boa coisa.
Mas ninguém bate à porta
Espera-se pelo fim dela,
Pelo fim deles,
Pelo próprio fim.

Nenhum comentário: