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segunda-feira, 31 de março de 2008

Noite de profunda insônia - Gilberto P Reis

Noite de profunda insônia

Quem nunca sentiu o corpo expandir
A ponto de parecer explodir
ao acalanto da boca macia
fundida ao corpo rígido
língua e verso verbo fálico

Corpo corpo... fundido
Dissolvido
Voltvai num amor lúcido
Entrelaçado intumescido

Mulher voluptuosa
Levará o meu verso minha língua
[Enquanto gustarás meu órgio.
Ao ponto lúbrico pequenino desse corpo
E que não me negues pois sou seu rei.

Beijo boca céu estrelas em quarto escuro
Boca vulva boca
Seios coxa bunda mamilos rosa-cravo
Mel de favo carnoso seda pura

Virgem minha experiente dama
Que me abriga em colo macio
Que meu corpo inflama
Me resguardando do mundo pelejado
Em teus pertuitos perfumados e febris

Já em fogo que não fere mas aquece alma
No acme do prazer a colher o fruto
e receber as glórias, o sumo, em borbotões e espasmos
Me consome e me deixa esgotado flácido

Não se cora devido o corpo nu e caminha
[com graça no quarto lúdico.
E esvai-se a culpa do olhar pois é mágica
[e pura, divina essa carne.
Já não me perturbam as formas, é plácida.
Descanso. Renasço.

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