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segunda-feira, 31 de março de 2008

Ode à morte - Gilberto P Reis

Ode à morte

Meu irmão morreu
Meu cão morreu
Minha mãe vive
Graças!

Meu pai morreu
Alguém sentiu faltas
Não fui eu decerto.
Se quiser, chores!

Meus avôs morreram
Amigos morreram
Aos muitos poucos.
Eu fiquei.

Como sempre fico
Nostálgico, apático.
O amor morreu
Como sempre.

O poeta morreu
Não enterraram sua poética.
Os poetas morreram
E ninguém pra reclamar. Imito.

E eu...vivo.
Alguns dias muito vivo.
Muitos dias vivo.
E outros poucos morto, vivo.
E tem dias que preferem morrer.

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